ORIXÁ NANÃ
ORIXÁ NANÃ
Rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de
atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres
emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois
elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica pois
seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que,
quando recebem suas irradiações, aquietam-se, chegando até a
terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que
tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais. Nanã forma
com Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na
passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no
adormecimento do espírito que irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por
magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos “terra-
água”. Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia energia elemental telúrica, mas também
absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e a mistura à sua irradiação
elemental telúrica, que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa: seu magnetismo absorve
essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra e, após
fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.
Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e,
com processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o
espírito que irá reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo
energético, já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está
Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado
desde que ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê,
que é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única,
que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para
uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é
associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas
que vivenciou na sua vida carnal. Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos
seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles
não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum
estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim
está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas “linhas da vida”,
encontramos os orixás atuando através dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da
Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque
onde um de seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o
principal aspecto em uma linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares
com todos os outros treze orixás, mas sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. Já em seus
aspectos negativos, bem, como a Umbanda não lida com eles, que os comente quem lidar, certo?
LENDAS SOBRE NANÃ
“RESPEITO É IMPORTANTE!”
No inicio dos tempos os pântanos cobriam quase toda a terra. Faziam parte do reino de Nanã
Buruquê e ela tomava conta de tudo com mãos de ferro como boa soberana que era. Quando todos
os reinos foram divididos por Olorun e entregues aos orixás uns passaram a adentrar nos domínios
E foi dessa época que surgiu esta lenda. Ogum precisava chegar ao outro lado de um grande
pântano, uma guerra estava prestes a ocorrer e sua presença era solicitada com urgência. Resolveu
então atravessar o lodaçal para não perder tempo. Ao começar a travessia que seria longa e penosa
- Volte já para o seu caminho rapaz! - Era Nanã com sua majestosa figura matriarcal que não
admitia contrariedades - Para passar por aqui tem que pedir licença!
- Como pedir licença? Sou um guerreiro, preciso chegar ao outro lado urgente. Há um povo
-Não me interessa o que você é e sua urgência não me diz respeito. Ou pede licença ou não
passa. Aprenda a ter consciência do que é o respeito ao alheio.
Ogum riu com escárnio: - O que uma velha pode fazer contra alguém jovem e forte como eu?
Nanã imediatamente deu ordem para que a lama tragasse Ogum para impedir seu avanço. O
barro agitou-se e de repente começou a se transformar em grande redemoinho de água e lama.
Ogum teve muita dificuldade para se livrar da força imensa que o sugava. Todos seus músculos
retesavam-se com a violência do embate. Foram longos minutos de uma luta sufocante. Conseguiu
sair, no entanto, não conseguiu avançar e sim voltar para a margem. De lá gritou:
-Velha feiticeira, você é forte não nego, porém também tenho poderes. Encherei esse barro
que chamas de reino com metais pontiagudos e nem você conseguirá atravessa-lo sem que suas
carnes sejam totalmente dilaceradas. E assim fez. O enorme pântano transformou-se em uma
floresta de facas e espadas que não permitiriam a passagem de mais ninguém. Desse dia em diante
Nanã aboliu de suas terras o uso de metais de qualquer espécie. Ficou furiosa por perder parte de
seu domínio, mas intimamente orgulhava-se de seu trunfo: - Ogum não passou!
“COMO NANÃ AJUDOU NA CRIAÇÃO DO HOMEM”
Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o
Orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem
logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa
foi pior.
Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada. Foi
então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava
ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou no barro.
Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos Orixá povoou a Terra. Mas tem um
dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã.
Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu.
Nanã Buruku se correlaciona com as Onze Energias Cósmicas e é íntima delas
compreendidas na religião de Umbanda. É até considerada por muitos como a “Avó de todos os
Orixás”. . Nada acontece de novo sem que ela não esteja alerta, sempre presente, desde a criação
incessante do Universo até o desenrolar contínuo da atividade existencial de todos os Seres e
Elementos que compõem o organismo vivo do nosso pequeno e valioso Planeta.
Neblinosamente, compadese com outras Energias para, juntas, comporem a forma do mais
sutil e perpiscaz Orixá.
Um pouco sobre Nanã
A mais velha divindade do panteão, associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao
lodo do fundo dos rios e dos mares. O único Orixá que não reconheceu a soberania de Ogum por
ser o dono dos metais. É tanto reverenciada como sendo a divindade da vida, como da morte. Seu
símbolo é o Íbíri - um feixe de ramos de folha de palmeira com a ponta curvada e enfeitado com
búzios. Nana é a chuva e a garoa. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu elemento, uma
limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.
Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o
ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia, a água
da terra por mando de Deus, sendo portanto também sua criação simultânea a da
criação do mundo.
Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.
O Barro com o Sopro Divino representa Movimento.
O Movimento adquire Estrutura.
Movimento e Estrutura surgiu a criação, O Homem.
Portanto, para alguns, Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez
parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao
primeiro homem e de todos os seres viventes da terra, e da continuação da
existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que
se transforme continuamente e nada se perca.
Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora
praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido,
principalmente ressentido.
Orixá que também rege a Justiça, Nanã não tolera traição, indiscrição, nem roubo. Por ser
Orixá muito discreto e gostar de se esconder, suas filhas podem ter um caráter completamente
diferente do dela. Por exemplo, ninguém desconfiará que uma dengosa e vaidosa aparente filha de
Oxum seria uma filha de Nanã "escondida".
Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral,
as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem
possibilita o acesso a esse território do desconhecido.
A senhora do reino da morte é, como elemento, a terra fofa, que recebe os cadáveres, os
acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos
mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos
familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e Xangô, por exemplo.
Muitos são portanto os mistérios que Nanã esconde, pois nela entram os mortos e através
dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer
para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a
responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da
Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma
brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como
testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um
compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem a
invoca em geral sempre a mesma relação austera que mantém com o mundo.
Nanã forma par com Obaluaiê. E enquanto ela atua na decantação emocional e no
adormecimento do espírito que irá encarnar, ele atua na passagem do plano espiritual para o
material (encarnação), o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético ao
tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado, ao qual já está ligado
desde que ocorreu a fecundação.
Este mistério divino que reduz o espírito, é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que é o
"Senhor das Passagens" de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única,
que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para
uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é
associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas
que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Oxóssi aguça o
raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino
traçado para toda uma encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum
estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim
está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.
Esta grande Orixá, mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da
família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas.
Quando dança no Candomblé, ela faz com os braços como se estivesse embalando uma
criança. Sua festa é realizada próximo do dia de Santana, e a cerimônia se chama Dança dos
Pratos.
ORIGEM
Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela
mitologia iorubá, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual Republica do Benin) ,
assimilando sua cultura e incorporando.
Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito
igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos
filhos daomeanos, nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade
essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá obviamente não
existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que
se mostra anterior à descoberta do fogo).
Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus
filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá. É neste contexto, a primeira esposa
de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluaiê) e Oxumarê.
ATRIBUIÇÕES
A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres.
Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova "vida", já mais equilibrada.
Cor - Roxa ou Lilás
Ervas - Erva Quaresma (Flor ou Folha); Manjericão; Babosa; Jasmim; Carqueja; Jurema, entre
Símbolo - Chuva
Pontos da Natureza - Lago, Águas profundas, Lama, Cemitérios e
Pantânos.
Flores - Todas as flores roxas
Pedras - Ametista, cacoxenita, tanzanita
Metal - Latão ou Níquel
Dia da Semana - Sábado (Em algumas casas: Segunda)
Elemento - Água
Sincretismo - Nossa Senhora Santana
Saudação - Saluba Nanã
Data Comemorativa - 26 de Julho
Rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de
atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres
emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois
elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica pois
seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que,
quando recebem suas irradiações, aquietam-se, chegando até a
terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que
tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais. Nanã forma
com Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na
passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no
adormecimento do espírito que irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por
magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos “terra-
água”. Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia energia elemental telúrica, mas também
absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e a mistura à sua irradiação
elemental telúrica, que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa: seu magnetismo absorve
essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra e, após
fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.
Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e,
com processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o
espírito que irá reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo
energético, já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está
Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado
desde que ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê,
que é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única,
que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para
uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é
associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas
que vivenciou na sua vida carnal. Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos
seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles
não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum
estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim
está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas “linhas da vida”,
encontramos os orixás atuando através dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da
Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque
onde um de seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o
principal aspecto em uma linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares
com todos os outros treze orixás, mas sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. Já em seus
aspectos negativos, bem, como a Umbanda não lida com eles, que os comente quem lidar, certo?
LENDAS SOBRE NANÃ
“RESPEITO É IMPORTANTE!”
No inicio dos tempos os pântanos cobriam quase toda a terra. Faziam parte do reino de Nanã
Buruquê e ela tomava conta de tudo com mãos de ferro como boa soberana que era. Quando todos
os reinos foram divididos por Olorun e entregues aos orixás uns passaram a adentrar nos domínios

pântano, uma guerra estava prestes a ocorrer e sua presença era solicitada com urgência. Resolveu
então atravessar o lodaçal para não perder tempo. Ao começar a travessia que seria longa e penosa
- Volte já para o seu caminho rapaz! - Era Nanã com sua majestosa figura matriarcal que não
admitia contrariedades - Para passar por aqui tem que pedir licença!
- Como pedir licença? Sou um guerreiro, preciso chegar ao outro lado urgente. Há um povo
-Não me interessa o que você é e sua urgência não me diz respeito. Ou pede licença ou não
passa. Aprenda a ter consciência do que é o respeito ao alheio.
Ogum riu com escárnio: - O que uma velha pode fazer contra alguém jovem e forte como eu?
Nanã imediatamente deu ordem para que a lama tragasse Ogum para impedir seu avanço. O
barro agitou-se e de repente começou a se transformar em grande redemoinho de água e lama.
Ogum teve muita dificuldade para se livrar da força imensa que o sugava. Todos seus músculos
retesavam-se com a violência do embate. Foram longos minutos de uma luta sufocante. Conseguiu
sair, no entanto, não conseguiu avançar e sim voltar para a margem. De lá gritou:
-Velha feiticeira, você é forte não nego, porém também tenho poderes. Encherei esse barro
que chamas de reino com metais pontiagudos e nem você conseguirá atravessa-lo sem que suas
carnes sejam totalmente dilaceradas. E assim fez. O enorme pântano transformou-se em uma
floresta de facas e espadas que não permitiriam a passagem de mais ninguém. Desse dia em diante
Nanã aboliu de suas terras o uso de metais de qualquer espécie. Ficou furiosa por perder parte de
seu domínio, mas intimamente orgulhava-se de seu trunfo: - Ogum não passou!
“COMO NANÃ AJUDOU NA CRIAÇÃO DO HOMEM”
Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o
Orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem
logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa
foi pior.
Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada. Foi
então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava
ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou no barro.
Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos Orixá povoou a Terra. Mas tem um
dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã.
Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu.
Nanã Buruku se correlaciona com as Onze Energias Cósmicas e é íntima delas
compreendidas na religião de Umbanda. É até considerada por muitos como a “Avó de todos os
Orixás”. . Nada acontece de novo sem que ela não esteja alerta, sempre presente, desde a criação
incessante do Universo até o desenrolar contínuo da atividade existencial de todos os Seres e
Elementos que compõem o organismo vivo do nosso pequeno e valioso Planeta.
Neblinosamente, compadese com outras Energias para, juntas, comporem a forma do mais
sutil e perpiscaz Orixá.
Um pouco sobre Nanã
A mais velha divindade do panteão, associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao
lodo do fundo dos rios e dos mares. O único Orixá que não reconheceu a soberania de Ogum por
ser o dono dos metais. É tanto reverenciada como sendo a divindade da vida, como da morte. Seu
símbolo é o Íbíri - um feixe de ramos de folha de palmeira com a ponta curvada e enfeitado com
búzios. Nana é a chuva e a garoa. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu elemento, uma
limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.
Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o
ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia, a água
da terra por mando de Deus, sendo portanto também sua criação simultânea a da
criação do mundo.
Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.
O Barro com o Sopro Divino representa Movimento.
O Movimento adquire Estrutura.
Movimento e Estrutura surgiu a criação, O Homem.
Portanto, para alguns, Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez
parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao
primeiro homem e de todos os seres viventes da terra, e da continuação da
existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que
se transforme continuamente e nada se perca.
Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora
praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido,
principalmente ressentido.
Orixá que também rege a Justiça, Nanã não tolera traição, indiscrição, nem roubo. Por ser
Orixá muito discreto e gostar de se esconder, suas filhas podem ter um caráter completamente
diferente do dela. Por exemplo, ninguém desconfiará que uma dengosa e vaidosa aparente filha de
Oxum seria uma filha de Nanã "escondida".
Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral,
as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem
possibilita o acesso a esse território do desconhecido.
A senhora do reino da morte é, como elemento, a terra fofa, que recebe os cadáveres, os
acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos
mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos
familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e Xangô, por exemplo.
Muitos são portanto os mistérios que Nanã esconde, pois nela entram os mortos e através
dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer
para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a
responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da
Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma
brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como
testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um
compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem a
invoca em geral sempre a mesma relação austera que mantém com o mundo.
Nanã forma par com Obaluaiê. E enquanto ela atua na decantação emocional e no
adormecimento do espírito que irá encarnar, ele atua na passagem do plano espiritual para o
material (encarnação), o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético ao
tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado, ao qual já está ligado
desde que ocorreu a fecundação.
Este mistério divino que reduz o espírito, é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que é o
"Senhor das Passagens" de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única,
que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para
uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é
associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas
que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Oxóssi aguça o
raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino
traçado para toda uma encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum
estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim
está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.
Esta grande Orixá, mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da
família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas.
Quando dança no Candomblé, ela faz com os braços como se estivesse embalando uma
criança. Sua festa é realizada próximo do dia de Santana, e a cerimônia se chama Dança dos
Pratos.
ORIGEM
Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela
mitologia iorubá, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual Republica do Benin) ,
assimilando sua cultura e incorporando.
Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito
igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos
filhos daomeanos, nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade
essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá obviamente não
existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que
se mostra anterior à descoberta do fogo).
Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus
filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá. É neste contexto, a primeira esposa
de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluaiê) e Oxumarê.
ATRIBUIÇÕES
A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres.
Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova "vida", já mais equilibrada.
Cor - Roxa ou Lilás
Ervas - Erva Quaresma (Flor ou Folha); Manjericão; Babosa; Jasmim; Carqueja; Jurema, entre
Símbolo - Chuva
Pontos da Natureza - Lago, Águas profundas, Lama, Cemitérios e
Pantânos.
Flores - Todas as flores roxas
Pedras - Ametista, cacoxenita, tanzanita
Metal - Latão ou Níquel
Dia da Semana - Sábado (Em algumas casas: Segunda)
Elemento - Água
Sincretismo - Nossa Senhora Santana
Saudação - Saluba Nanã
Data Comemorativa - 26 de Julho
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