E aí, como se encontram as suas mochilas?

Recentemente ouvi uma metáfora sobre o comportamento humano muito 
interessante, que era mais ou menos assim:
“O ser humano caminha pelo mundo sempre em fila indiana. Carrega em 
sua jornada duas mochilas, uma na frente e outra em suas costas. Na da 
frente leva suas virtudes e qualidades e mantém seus olhos atentos a elas, na das costas leva 
seus defeitos e dificuldades. Carrega suas virtudes bem próximas ao peito, enquanto observa 
os defeitos e dificuldades do outro a sua frente, sem se dar conta que aquele que vem atrás, 
Este pequeno texto foi encaminhado por e-mail e o autor eu desconheço, mas achei que 
poderíamos a partir desta cena convidá-los a continuar desenvolvendo essa metáfora, sendo que 
talvez ela nos seja útil para entendermos alguns dos nossos comportamentos. 
Essas mochilas fazem parte de nós. Durante nosso desenvolvimento emocional alimentamos 
nossas mochilas com nossos conhecimentos e desconhecimentos de nós mesmos. As confirmações 
e negativas às quais somos submetidos todo o tempo, vão carregando-as, ora a da frente, ora a de 
trás. Elas são responsáveis, entre outras coisas, por nossa auto percepção, segurança interna e 
autoestima que influenciam e moldam nossas propostas de relação. 
Realmente trazemos dentro de nós esta difícil equação. Como nos relacionarmos de forma 
positiva e saudável, sem enaltecermos demasiadamente as nossas qualidades, e nem negá-las ou 
envergonhar-se delas? A busca pela saúde emocional nos leva a andar simplesmente, ora lado a 
lado, ora em nossa velha fila indiana, ora alternadamente, buscando relações simétricas e algumas 
vezes complementares, mas tentando olhar e aceitar nossas diferenças e similaridades que regem a 
intensidade do ser humano. Quanto às dificuldades e defeitos, continuaremos a observá-los e a carrega-los, mesmo que 
andemos lado a lado. Precisamos de nossas mochilas traseiras para contrabalançar o peso que 
carregamos, mantendo nossas costas eretas e retas. Quando valorizamos demais nossas virtudes e 
nos cegamos aos nossos defeitos, tornamos nossa mochila da frente muito pesada o que obriga 
nosso corpo a dobrar-se para frente e impede que vejamos com clareza nosso objetivo. Como 
consequência, passamos a observar e a valorizar atentamente cada pedra de nosso caminho, já que 
estamos totalmente inclinados e com nossa atenção voltada às pedras. Estas seriam comparadas 
aos sentimentos de inveja que atraímos para nós. Se carregarmos demais nossa mochila das costas, exacerbando nossos defeitos e dificuldades, forçamo-nos a olhar para o céu, buscando um ideal, uma perfeição. Como resultado nos cegamos com o excesso de luz, perdendo o referencial de quem somos e do que é possível e desejado, e ficamos apenas com a lembrança de quem gostaríamos de não ser (nós mesmos). A insatisfação, nos torna rígidos e exigentes, donos de uma autocrítica implacável e na maioria das vezes surge uma imensa solidão como resultado.
Engana-se aquele que acredita que a saída está em negar a mochila das costas, pois não 
temos como descartá-la, ela faz parte de nós. Engana-se também quem acredita que a solução seja 
completar a mochila da frente, pois ela se tornará pesada demais e o resultado já conhecemos.
Talvez a saída esteja no entendimento que temos sobre o conteúdo de nossas mochilas, as 
duas faces de tudo, bem e mal intercalados e complementares. Aprender com nossos defeitos e 
pensa o mesmo dele”.dificuldades, conhecendo-os primeiramente, ou seja, passando-os da mochila de trás para a da frente, transformando-os em características e aceitando o seu lado positivo, é o movimento essencial do autoconhecimento. No começo pode tratar-se de uma jornada difícil, pois alguns passos parecem mais cansados e pesados, mas aprimorando nosso processo descobrimos que o que entendíamos como defeitos são velhos e conhecidos resultados presentes em muitos de nossa 


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