CURIMBA
CURIMBA
Curimba é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. São eles que percutem os atabaques (instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem cantos para as muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos nós.
Muitas são as
funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde
os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a
defumação, abertura das giras, bater cabeça, etc.
Temos também a função de ajudar na
concentração dos médiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do
médium, não a deixando desviar – se do propósito do trabalho espiritual. Além
disso, a batida do atabaque induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes
do padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse processo também é muito
utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora.
Entrando na parte
espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos
chacras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando – os
naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim
como, os toques dos atabaques atuam nos chacras inferiores, criando condições
ideais para a prática da mediunidade de incorporação.
As ondas energéticas
– sonoras emitidas pela curimba, vão tomando todo o centro de Umbanda e vão
dissolvendo formas – pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras
das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma
atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas
espirituais. A curimba tranforma – se em um verdadeiro “pólo” irradiador de
energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.
Os pontos transformam – se em
“orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um
altíssimo poder de realização, pois é um fundamento sagrado e divino.
Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda.

Falando agora da
função de atabaqueiro e curimbeiro, ou simplesmente da função de “ogã” como
popularmente as pessoas chamam na Umbanda, enfatizamos a importância deles
serem bem preparados para exercerem tal função em um terreiro. Infelizmente
ainda hoje a mentalidade de que o ogã é “qualquer um que não incorpore”
persiste. Mas afirmamos, o ogã como peça fundamental dentro do ritual é também
um médium intuitivo que tem como função comandar todo o “sector” da curimba.
Por isso faz - se necessário que seja escolhido uma pessoa séria, estudada,
conhecedora dos fundamentos da religião.

Mulheres também
podem ser atabaqueiras e curimbeiras, SIM! O “cargo” de ogã vem do candomblé e
apenas é dado a pessoas do sexo masculino. A mulher no Candomblé não toca
atabaque, por alguns dogmas da religião, principalmente em relação à
menstruação. Na Umbanda não importamos dogmas e conceitos do candomblé, mas sim
seguimos os nossos, passados diretamente pelos nossos guias e mentores. Nuca
vimos um caboclo ou preto – velho proibindo mulher de tocar atabaque, por isso
afirmamos, na Umbanda mulher toca e canta sim e, diga – se de passagem, muitas
vezes melhor do que os próprios homens.
Por fim, queremos
fazer alguns comentários a cerca da espiritualidade que guia os trabalhos da
curimba. Muitas linhas de Umbanda existem no astral e trabalham ativamente
nele, apesar de não incorporarem. Existem muitas linhas de caboclos, exus,
pomba – giras, etc, que por motivos próprios trabalham nos “bastidores”, sem
incorporarem ou tomarem a “linha de frente” dos trabalhos espirituais. Também
existe uma corrente de espíritos que auxiliam nos toques e cantos da curimba.
São mestres na música de Umbanda, verdadeiros guardiões dos mistérios do “som”.
Normalmente apresentam – se com a aparência de homens e mulheres negras, com
forte complexão física para os homens, e bela mas igualmente forte para as
mulheres. Seus trajes variam muito, indo desde a roupagem mais simples como um
“escravo” da época colonial, como até mesmo o terno e o vestido branco.
São espíritos bondosos, muito alegres
e divertidos, que com o cantar encantam a muitos no astral. Alguns fazem – se
presente auxiliando o toque, outros o canto e outros ainda auxiliam a
manutenção da energia e sua dissipação dentro do terreiro. Muitas vezes chega a
acontecer uma espécie de “incorporação” desses guias com os ogãs, os inspirando
a determinados toques e cantos. Qualquer pessoa com experiência em curimba pode
relatar casos aonde um ponto vem na hora que ele é necessário e depois você
simplesmente o esquece. Isso acontece sobre inspiração desses mentores.
Algumas vezes também, em festas de
Umbanda e dos Orixás, onde muitos se reúnem, percebemos que diversos espíritos
chegam trazendo seus “tambores astrais”, percutindo – os a partir do astral,
ajudando na sustentação e na energia das festividades, potencializando ainda
mais os toques dos atabaques e as energias movimentadas.
Quando os Guias, incorporados fazem
sua saudação à frente dos atabaques, estão saudando as pessoas que tocam, estão
pedindo para que as forças movimentadas pela curimba sejam benéficas a todos,
mas estão principalmente, saudando e agradecendo a toda essa corrente de trabalhadores
“anônimos” do astral. Estão percebendo como muita coisa foge aos nossos
sentidos em uma “simples” e humilde gira de Umbanda?
Sabemos que esse
universo da curimba muitas vezes é pouco explicado, e muitos chegam a defender
a abolição dos atabaques dos centros de Umbanda. A isso, os próprios guias e
mentores de Umbanda respondem, tanto incentivando os toques e trazendo mentores
nesse “campo” , como também, abrindo turmas de estudo de Umbanda e
desenvolvimento mediúnico, onde percebemos claramente que o “animismo” acontece
por despreparo do médium, falta de estudo ou rientação e não pelo uso de
atabaques. Colocar a culpa nos atabaques é como “tampar o sol com a peneira”.
Afinal, como explicado parágrafos acima, o atabaque quando bem utilizado é
ótima ferramenta para o desenvolvimento mediúnico.
Segue - www.instagram.com/umbandasaber
Retirado do http://reidospontos.blogspot.com.br/
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